Considera-se Ex Combatente, todo aquele que tenha participado efetivamente de operações bélicas, na Segunda Guerra Mundial, como integrante da Força do Exército, da Força Expedicionária Brasileira (FEB), da Força Aérea Brasileira (FAB), da Marinha de Guerra e da Marinha Mercante, e que haja sido licenciado do serviço militar ativo e com isso, retornado à vida civil definitivamente, segundo a Lei nº 5.315, de 12 de Setembro de 1967, que regulamenta o art. 178 da Constituição do Brasil, que dispõe sobre os ex-combatentes da 2ª Guerra Mundial.
O Brasil entra na guerra
O Brasil manteve sua neutralidade no início da da Segunda Guerra Mundial, em 1939, sem dar apoio a nenhuma das grandes potências.
Porém, quase no final da guerra, em razão de uma série de ataques aos navios mercantes brasileiros em nosso litoral, o Brasil reconheceu o estado de guerra com os países do Eixo e enviou a Força Expedicionária Brasileira (FEB) à Europa, para colaborar na causa dos países aliados.
O transporte do primeiro escalão da FEB com destino a Nápoles, Itália, ocorreu em 2 de julho de 1944.
A FEB foi incorporada ao V Exército aliado dos Estados Unidos e entrou em combate em 15 de setembro de 1944, participando de várias batalhas no vale do rio Pó, na Itália, que estava ocupado pelos alemães.
As mais importantes batalhas foram a Tomada de Monte Castelo, a conquista de Montese e a Batalha de Colleccio. As tropas brasileiras perderam, durante essa campanha, 430 praças e 13 oficiais, além de 08 oficiais da Força Aérea Brasileira (FAB).
Ao final da guerra, em 06 de junho de 1945, o Ministério da Guerra do Brasil ordenou que as unidades da FEB se subordinassem ao comando da Primeira Região Militar - (1ª RM) sediada na cidade do Rio de Janeiro, o que significava a dissolução desse contingente.
Os pracinhas brasileiros são elogiados
Eles são chamados de "oponentes honrados" visto que, quando renderam a Divisão Monterosa, em abril de 1945, prestaram honras militares aos soldados italianos que marcharam em direção ao cativeiro, ao impedirem que fossem sumariamente fuzilados por guerrilheiros.
Existem menções ao bom tratamento dispensado pelos brasileiros aos inimigos capturados, em alguns livros publicados, na Itália, por antigos adversários da FEB.
As cinzas dos corpos de nossos heróis mortos no conflito, foram transladadas de Pistóia, Itália, para o Brasil e, hoje, repousam em jazigos de mármore, colocados no subsolo do Monumento Nacional aos Mortos da Segunda Guerra Mundial, idealizado pelo Marechal João Baptista Mascarenhas de Moraes, comandante da FEB, e inaugurado em 24/6/1960, no Parque do Flamengo.
Constitui uma das mais belas obras do Rio de Janeiro, e que se acha inscrita a seguinte homenagem:
"Imolando-se pela Pátria, adquiriram uma glória imortal e tiveram soberbo mausoléu, não na sepultura em que repousam, mas na lembrança sempre viva de seus feitos. Os homens ilustres têm como túmulo a terra inteira".
De volta para casa
Depois da recepção apoteótica, com a chegada dos combatentes da Itália ao Brasil após a II Guerra Mundial, o governo não proporcionou nenhuma ajuda àqueles que tanto fizeram para a história do país.
As reclamações e reivindicações feitas ao Governo Federal e ao Ministério do Exército, pouco adiantaram para um futuro digno dos ex-combatentes.
Queixas
Quando foram para a guerra, tinham o físico e o psicológico em perfeitas condições, passando por inspeções médicas periódicas. Com o fim da Guerra, o pouco dinheiro que receberam na chegada ao Brasil, acabou rápido. Ainda jovens e neuróticos com todo o acontecido, não tiveram direito a nenhum tipo de assistência médica e social.
Nas lojas, ou qualquer outro mercado de trabalho, eram rejeitados, sendo acusados de loucos e não aptos para conviver em sociedade.
Em 1964, a situação dos ex-combatentes melhorou um pouco, quando João Goulart os encaixou em cargos públicos nos Correios e outras entidades, vindo muitos destes a se aposentar nestes órgãos.
Os ex-combatentes reclamam também, por serem lembrados somente em datas festivas, como aniversário das cidades ou 07 de Setembro, quando, mesmo assim, exibem, orgulhosos, o emblema da "cobra fumando", afixada em suas fardas, símbolo da Força Expedicionária Brasileira (FEB).
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